A luz vai se dissipando com a chegada da lua
E o relógio marca altas horas
Filmes antigos, de senhores e senhoras
Eu não pertenço a isso e a culpa é sua
Você que passa sete dias sem mim
Você que fica calada
Teu silêncio barulhento de estrada
Leva de cá pra lá meu anjo querubim
Em uma noite dessas eu me desespero
Olha que não vai ter volta
Jogar comigo assim é motivo de revolta
Certo sábado vai ser como eu quero
Vão te perguntar onde estou
Vou ser feliz, coisa que você não ousou

sábado, 16 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Responsabilidade
Na teoria não é muito bem compreendida.
Responsabilidade é coisa para se ver na prática.
Está no suor,
No cansaço.
Responsabilidade a gente não vê na televisão.
Ou até sim, mas somente após muita exploração.
Por isso prefiro os livros,
Os livros feitos por responsáveis escritores.
Responsabilidade de uns tempos para cá
Nada mudou, mas se exilou.
Visto de um ângulo diferente
Responsabilidade não é termo de homem novo, de cultura pobre
É para os fortes, determinados, jamais para o nobre
Porque ainda acho que responsabilidade é trabalho
É estudo,
É a garantia, uma reserva, uma missão
Responsabilidade para mim e meu amigo João
É sentar na praça, não desanimar, seguir
Seguir e não olhar pra trás.
Responsabilidade, na verdade, pertence à humanidade.
A mim e a você
Cabe ser responsável no ir e jamais retroceder.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Você aí, eu aqui, nós assim
Não entendo o porquê, mas os melhores momentos pra mim se dão à noite. Noite de verão, quente. Noite de inverno, fria. Não importa. E eu cheguei naquela festa. Cheguei com meus amigos. O lema era diversão. E você já sabe o que esperar de nós. Você sempre soube que eu tenho esse complexo de loucura, de simplicidade e humildade, mas de libertação nas noites de festa. Não me lembro da música, hei de confessar, mas lembro de ti. Ah, lembro. Enquanto uns dizem que a bebida enlouquece e faz mal, eu prefiro admitir que ela é efêmera, mas também animadora. E foi assim. Acabei te vendo. Vi muita gente. Fiz amigos. Abracei desconhecidos. Mas te vi. E você sorriu. Você sorriu porque eu tava muito engraçado. Na multidão até me perdi, mesmo assim te vi. Por um segundo tudo era diferente. Você chegou. Somos amigos, você tinha que vir falar no meu ouvido que eu estava péssimo, faz parte da intimidade. E você falou. O som abafou tuas palavras de modo que só eu escutei. Te abracei. Mas isso já era esperado. Se abracei eles, por que não faria isso contigo? Até pensei, pensei que você fosse recuar. Você me aceitou, novamente sorriu e ficou ali comigo, encostados, mais calmos decerto. Fiquei calmo porque estava contigo e a gente tava bem. Mas uma sensação me tomou e eu comecei a falar coisas, tantas coisas, palavras como flechas. Foram coisas boas. Falei que gostava de ti, relembrei os momentos, fiz perguntas e não deixei você responder, foi tudo rápido, mas eu falei tudo que tinha no interior e estava trancado. Pra mim, aquele momento foi mágico. Mágico teria de ser. A gente se beijou. Foi real, você sabe. Foi real. Você cuidou de mim. Por segundos me senti mais forte. Mas foi tipo sonho. Paixão de amigo. Porque a gente se ama. A gente se ama como irmão. E você pode estar longe de mim, eu de você, pode mentir, não saber o que fazer. Mas tem um espaço guardado pra você. Porque não importa se você está aí e eu aqui, a gente vai ser sempre assim.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Resumir você
E pensar que hoje era um dia normal. Dia pra se seguir uma rotina. Quem sabe umas provas no colégio, um bate papo banal na esquina da rua ou um aceno àquela senhora de 70 anos. Mas sequer faz dez anos que eu te conheci. Sequer cinco anos. Tempo suficiente para ser resumido em apenas um dia. Lembrei de tudo, praticamente: do marco inicial - as descobertas e incertezas ao marco final - uma intimidade sem limites e sorrisos tortos. Você para. Você senta. Você cria suspense. Você acha que sabe tudo. Você aprende que não sabe nada. Esse paralelismo todos precisam passar, é um processo. Nós passamos. Nós é uma palavra errada. Mas eu resumi você hoje. Hoje eu te resumi. Lembrei de uma coisa que você lembra, também de uma coisa que só eu lembro, tenho certeza. Mas lembrei de você porque queria. Queria lembrar das nossas conversas e lembrei; imaginar nossas caras quando eram ditos tantos absurdos da imaturidade e imaginei; calcular seu sorriso diante de minhas premissas de amor e calculei. E você ainda olha pra mim e diz que o futuro é incerto. Você não sabe o que eu passei, você ainda não sabe. Você é tudo pra mim. Leva embora o dia ruim, faz cara de honesta, mas adora sacanear, me envergonhando, enrugando minha testa. Um vergonha gostosa. Mais gostoso ainda não é só imaginar o passado, mas o futuro. Pois ele é certo. Nós, não em casa, muito menos na faculdade, longe de estresse, de qualquer atrocidade. Nós livre. Nós após atravessado a ponte de dor, sorrindo sem caô. Você também precisa resumir seu dia. Se você resumir seu dia, me encontrará. Se me encontrar, ficaremos juntos. Porque, por mim, eu resumiria a todo instante, pra todo momento, supérfluo que fosse, me encontrasse com você.
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