
terça-feira, 15 de maio de 2012
Sexta à noite
Pelo simples fato de ser sexta, já fico feliz. Tem o futebol com os amigos da vila, alguns filmes legais na minha nova tv por assinatura e o churrasco na vizinha, mas, hoje, o plano é outro. Ligo pra ela pra confirmar o horário do nosso encontro de logo mais. Mentira, ligo porque estou com saudade. Por fim, cedo: realmente prefiro sair com ela a qualquer outra coisa. E isso eu não digo a ninguém, especialmente a ela. É coisa minha. Da mesma forma que é típico dela sempre chegar muito atrasada. Marquei às dezenove horas, ela chegou às vinte. Ela me beija, inventa uma desculpa que eu nem pretendia saber e honestamente me conquista novamente. Estamos no shopping, ele está lotado e num clima legal. Nós gostamos de movimentação, às vezes. Como curtimos as mesmas músicas, os mesmo filmes e também os mesmo livros, fica fácil nos ocuparmos. Antes que o filme comece, temos tempo de comprar um livro e um cd, ambos lançamentos que ela tanto esperava. Na verdade, nós dois (segredo meu). Não sei por que ainda assisto filme de terror com ela. Ela me morde, me aperta e ainda grita no meu ouvido. É tão doloroso. Mas, também é engraçado. É viciante. É excitante. O filme acaba e nela vejo um sorriso. De luzes apagadas, ainda dá tempo para um beijo demorado, até que a senhora ao nosso lado nos pede licença para passar. Ela sorri, eu a acompanho. Em outro dia eu iria levá-la pra casa, mas é sexta, hoje não temos pressa. Não tenho carro, tenho uma moto. Com prudência ou sem, gosto de correr na estrada. E ela me aperta mil vezes mais do que durante o filme de terror. Mas, quando chegamos à praia, tudo se tranquiliza. O vento me inspira, faço um verso, faço outro, construo uma rima fatal e ela me abraça. Não é noite de lua cheia, mas tem estrelas. E mesmo me sentindo um, não sou herói. Portanto, levo-a pra casa, antes que algo de ruim aconteça. Mas, é questão de cautela, não medo. Ela está muito sonolenta, por isso só me dá um beijo, um abraço forte e um tchau. Minha sexta-feira foi assim. Não são todas iguais, claro. Mas, poderiam ser. Nos meus sonhos são. Não me importaria de viver por ela. Na verdade, nos meus sonhos todo dia é sexta-feira. E, nos meus sonhos, todas as sextas-feiras são assim.
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